quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007


AOS AMIGOS

Amo devagar os amigos
Lento, lento, lento...
Como que toma um porto
No final da tarde.

Leio devagar os amigos
Calmo, calmo, calmo...
Como quem fuma um cubano
Antes de dormir.

Ouço devagar os amigos
Tranqüilo, tranqüilo, tranqüilo...
Como quem ouve Tchaikovski
Deitado numa rede.

Olho devagar os amigos
Encantado, encantado, encantado...
Como quem admira um quadro
Da nossa amiga Luiza Caetano.

Abraço devagar os amigos
Demorado, demorado, demorado...
Como quem espera um avião
Em tempos de crise.

Falo devagar com os amigos
Pausado, pausado, pausado...
Para gravar o som da voz deles,
Como quem precisa lembrar daquela música.

Aceno devagar para os amigos
Suave, suave, suave...
Como aquela cena do começo do filme Titanic,
Onde pessoas com lenços nas mãos,
Diziam adeus, sem saber que era pra sempre.

Escrevo devagar para os amigos
Letra por letra, letra por letra, letra por letra...
Como quem tá aprendendo a digitar palavras
Para escrever um poema.

Falo de amor devagar para os amigos
Sussurrando, sussurrando, sussurrando...
Como quem precisa falar com a alma
Para chegar ao coração.

By
Guaracy.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007


MUDEI-ME DE MIM

Mudei-me, enfim.
Não só de endereço,
Mas também de mim.

Já não habito mais
Aquele corpo frágil e sonhador,
Que acreditava sempre,
Nas coisas do amor.

Deixei de lado o bom senso,
A tal da razão...
Agora sou igual a todos,
Nessa multidão.

Ando com medo de me expressar.
Pareço um ser estranho,
Que vive a vagar,
Pelas ruas assustadas
Desse meu lugar.

Meu sonho agora
É não mais sonhar,
Não haverá tempo
Pra concretizar.

Sou um banal
Nesse mundo banal.
Que assiste ao Big Brother
E acha legal.

Bobagem.
Você pode me dizer,
Mas a verdade é essa
O que posso fazer?

Devolva-me:
As cadeiras na calçada,
O bom dia! Boa tarde!
Boa noite! Sim, senhor!...
E eu te devolverei,
Minha crença no amor.

By
Guaracy


quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

A RAIVA

Ok.
A raiva rompeu as amarras
Da fé e da humanização,
Estamos correndo uns dos outros,
Parecemos bandidos,
Fugindo de ser,
Um ser;
Não cidadão.

A raiva religiosa
A raiva da invasão
Onde carros e humanos
São corpos em explosão.

A raiva de ver tanta injustiça:
Um Bush posando de herói
Com sua guerra suja,
Em cima das almas inocentes
Jogadas nas ruas de faluja.

A raiva de ver os muros erguidos
Invisíveis, ou não.
Essas construções sociais
Que um dia,
Nos extinguiram.

Nada mais poderá
Nos pára agora.
As feridas antigas,
Começam a sangrar lá fora...
E aqui dentro.

Rios de sangues e rios reais
A natureza humana e os vendavais
São indícios da morte
Do senhor da PAZ.

A raiva de viver
E viver o momento presente,
Onde roubar e matar,
São coisas descentes.

Alimentam-nos de falsos sonhos
Nos induzindo pela televisão
A acreditarmos que a vida
É essa coisa sem razão.

Crimes bárbaros!
Destruição da natureza!
Que pena que nós,
Perdemos a beleza.


By
Guaracy
DE TANTO DE PROCURAR,
JÁ ME PERDI.


Já nem sei.
Perdi a conta
De quantas vezes
Eu te liguei.

Raspei a tatuagem com o teu nome
Joguei fora o teu telefone,
Mas gravei o numero sem querer
Aonde nunca vou me esquecer.

Tô feito barata tonta
Correndo sem direção,
Tentando fugir
Do que tenho no coração.

As ruas ficaram desertas
Os rostos são tão estranhos...
A dor que sinto agora,
Você não sabe o tamanho.

Já perdi a conta
De quantas vezes liguei e desliguei o telefone
Só para ouvir a tua voz
Sem dizer o meu nome.

De tanto te procurar
Acabei me perdendo,
Sem ter você na minha vida
Tá tudo doendo.

By Guaracy

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

CLARA CLARICE

Clara Clarice,
O que diria a lua,
Se ti visse,
Assim;
Com essa pele tão branca?

Talvez fizesse uma carranca,
Talvez ficasse irada,
Talvez, não fizesse nada,
De tão admirada
Que ficasse,
Com a beleza das tuas faces.

Teu jeito tímido,
Teu olhar perdido,
Teu sorriso de marfim...
Só mesmo um Deus,
Para ti fazer;
Tão linda assim.

Clara Clarice,
Quem foi que disse;
Que Deusas não existem?
Você existe.

Sou poeta,
Talvez um aprendiz,
Esse é o meu poema;
Você foi à raiz.

Plantei em folha branca
A brancura do teu ser,
Você é muito linda,
Com seu jeitinho de ser.

By
Guaracy
DE TODAS AS CORES

Ela é uma pessoa
Com estilo original,
Que sai colorindo as ruas
Do nosso tão triste VAL.

É da Sara Nossa Terra
Sarando esse mundo sem cor,
Espalhando pra pessoas
O que Jesus ensinou.

Gosta de brincar de Emilia
Mas às vezes eu não sei;
Se ela não é uma bailarina
Lá do Circo de Solei.

Seu sorriso é um hino à vida
Seu cabelo um arco-íris
Suas unhas multicor,
Será que não foi a Mille,
Quem o 7 pintou?

Feliz aniversário!
Que sorrir seja o salário
Que a vida lhe cobre,
Por você ser assim...
Essa pessoa tão nobre.

By
Guaracy

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

TE AMO BRASILIA!!!

Os ramos nus dos ipês
Esperando agosto,
É como a minha saudade,
Esperando o teu rosto.

Espero te vê pra sorrir
Toda minha mocidade,
Já as flores dos ipês,
Tapetão essa cidade.

Somos partes da natureza;
Eu, e o pé de ipê.
Esperamos a alegria
Pra dá sentido ao viver.

Os átomos dançam ao vento
Eu danço a em ti chegar,
E como um Narciso louco
Vou aos teus olhos nadar.

Mergulho na tua alma
Como um anjo Serafim,
Sabendo que só você,
Tem a metade de mim.

A brisa limpa meus olhos
Tô perto da Catedral,
Meu coração de Brasília
Fez da vida um carnaval.

By
Guaracy
UMA VOLTA NO QUARTEIRÃO.

Quando eu saio por ai
Sem rumo e sem direção,
Nas coisas simples da vida
Eu vou prestando atenção.

Vejo o sorriso do menino
Que pensa que é mutante,
E na carranca do adulto
Cheio de si e arrogante.

Nos pombos comendo pão,
Nos pardais banhando de terra...
E o mundo vai seguindo,
Mesmo estando em guerra.

Vejo a pressa dos mais jovens
A lentidão dos idosos,
A covardia dos fracos
As lagrimas dos corajosos.

Reparo na moça linda
Também sou filho de deus,
Vejo os defeitos dos outros,
Sem esquecer é dos meus!

Vejo as pragas da vida,
A tal da modernidade.
E já não há mais espaços
Pra gente nessa cidade.

As calçadas estão tomadas
Por tudo que são vendedores,
E vejo nas suas faces,
Reflexos de suas dores.

Caminho cá comigo
Olhando e pensando;
Para o fim de tudo,
Estamos caminhando.

By
Guaracy

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

UM MINUTO DE SILÊNCIO SÓ,
NÃO BASTA

João Hélio,

Sinto.

Que o cinto,
Que protege à vida,
Tenha despedaçado a tua.

Que a desumanização humana
Tenha te arrastado pelas ruas;
De Osvaldo Cruz, Madureira,
Campinho e Cascadura.
E o país inteiro parou,
Para assistir essa loucura.

Sinto.

A tristeza na Tv
Que entra em nossas casas
E não para de doer.

Sinto.

Que a vida ficou banal
E que lutar para vencer
Já não é mais tão legal.

Sinto.

Que chegou o tempo de nada ter
Que o deus da injustiça
É que anda no poder.

Sinto.

Que não temos salvação
Que estamos condenados
A viver na escuridão.

JOÃO HÉLIO FERNANDES...
Te peço perdão por ser poeta
Em um tempo de tanta dor.

By
Guaracy.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007


PIMENTA NEGRA

Vejo uma Sulamita
Encantando Salomão,
Escrevendo “NEOQEAV”
Com as veias do coração.

Vejo uma negra linda
Com: “Varias mulheres em mim”,
Traduzindo com seus olhos
Uma sedução sem fim.

Ela é um arraso!
Uma negra Cinderela,
O mundo todo pára,
Pra olhar pra ela.

Medrosa, tímida, mãe...
Uma fera fêmea no cio!
O melhor dos resultados
Da mistura do Brasil.

Ô, menina gostosa!
Essa deusa morena,
Seria ela,
A nova garota de Ipanema?

Hum!!! Olha essa boca!
Vê esse jeito de olhar!
Me diz se essa negra,
Não é mesmo de arrasar!

Ela é uma Pimenta Negra,
Isso eu posso lhe dizer;
Às vezes arde nos olhos,
Mas não chega a doer.

Corre Vinicius,
Vem me ajudar!
A escrever um poema para Lady,
Sem me apaixonar.

By
Guaracy.
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