segunda-feira, 3 de janeiro de 2011



UM DIA HÁS-DE ESQUECER


Um poema triste
De um peito aberto sai
Um homem bebendo magoas
Cambaleando pela noite vai.


Céu cinzento sob o astro mudo
Um crente insiste em orar
O poeta grita irritado:
O céu não se compra, dá!


E entra num bar
Bebe um uísque no balcão
Sempre olhando em volta
As vitimas da solidão.


Tristes como ele
Procurando companhia
Às vezes se satisfazem
Com alguma alma vazia.


Sem tirar os olhos do copo
Irmãos nus do abandono
Parecem mais uma matilha
De uns pobres cães sem dono.


Um dia hás-de esquecer
O que os trouxe cá
E com certeza as magoas
P’ra sempre irão afogar.


As vozes embarcam
Ao ouvirem uma canção
Alguém cantando “EVA”
No meio da multidão.

By
Guaracy Clementino.
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