Desde os tempos de Elêusis entre os gregos iniciados por Orfeu, os poetas costumavam guardar uma palavra sagrada, só reconhecida no seu restrito círculo. De Kerenyi a Mircea Eliade, os mestres da linguagem sagrada de todos os tempos nunca esconderam seu fascínio pela expressão imemorial (senha sagrada)identificável apenas pelos veros poetas de todas as línguas e latitudes...
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
UM DIA HÁS-DE ESQUECER
Um poema triste
De um peito aberto sai
Um homem bebendo magoas
Cambaleando pela noite vai.
Céu cinzento sob o astro mudo
Um crente insiste em orar
O poeta grita irritado:
O céu não se compra, dá!
E entra num bar
Bebe um uísque no balcão
Sempre olhando em volta
As vitimas da solidão.
Tristes como ele
Procurando companhia
Às vezes se satisfazem
Com alguma alma vazia.
Sem tirar os olhos do copo
Irmãos nus do abandono
Parecem mais uma matilha
De uns pobres cães sem dono.
Um dia hás-de esquecer
O que os trouxe cá
E com certeza as magoas
P’ra sempre irão afogar.
As vozes embarcam
Ao ouvirem uma canção
Alguém cantando “EVA”
No meio da multidão.
By
Guaracy Clementino.
Assinar:
Postagens (Atom)
MIDRAXE

Um desenho de BUKOWSKI