quarta-feira, 15 de agosto de 2007


DORMENTE DE TRILHO

Deixo-me ir
Pelos trilhos do trem
Que passa aqui no Val.

Nada mal.

A cabeça cheia,
O vento na testa...
E uma sensação estranha;
Que a vida, não é o que resta.

Meu coração decadente sente
A dor da saudade triste
Caminhando nos dormentes
Que contra a tudo resiste.

Pedras de brita
Jogadas no chão
Para que escoe as águas
E não nasça vegetação.

Lá vem o trem sem sentido
Soltando um gemido assustador
Faiscando nas margens roubando a coragem
Desse sonhador.

Mas a vida me grita
Entrando nos olhos com simplicidade
Dizendo que sofrer é uma loucura
E que uma flor de espinho,
Tem lá sua ternura.

Já não quero partir
Acho melhor ficar
Valparaiso não é um céu
Mas é aqui, o meu lugar.

“Vou danado pra Catende
Vou danado pra Catende
Vou danado pra Catende
Vou com pressa de chegar”

E no trem do Ascenso Ferreira
Das Alagoas do sertão,
Vou pegar uma carona
E deixar meu coração.

By
Guaracy

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